Na última sexta-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou os novos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referentes ao mês de Abril. Segundo os dados, houve um aumento de 0,38%, ante variação de 0,16% registrada no mês anterior. Esse aumento no IPCA traz implicações diretas no cotidiano dos consumidores. Alguns dos alimentos impactados foram: cebola (15,63%), tomate (14,09%), mamão (22,7%) e café moído(3,8%).
Para o economista e especialista em gestão de supermercados, Leandro Rosadas, essa alta é explicado pelas questões climáticas que afetaram a produção dos alimentos. “Para os varejistas, será necessário encontrar maneiras de minimizar o repasse dos aumentos de preços para os consumidores, mantendo a competitividade no mercado”, afirma.
O economista comenta sobre a dinâmica complexa do mercado de alimentos. “O aumento nos preços de itens básicos como cebola, tomate e café pode impactar diretamente o poder de compra das famílias, exigindo uma reflexão estratégica do setor varejista, que precisará oferecer opções viáveis ao consumidor”, comenta Leandro.
A educadora financeira, Aline Soaper, pontua que a elevação da inflação reforça a importância de uma educação financeira sólida para que as pessoas possam lidar de forma mais assertiva com suas finanças pessoais. “É fundamental que as pessoas tenham consciência dos seus hábitos de consumo e estejam preparadas para fazer ajustes quando necessário, buscando alternativas mais econômicas e priorizando suas necessidades essenciais”.
A especialista alerta para a necessidade de equilibrar a contenção de gastos com a manutenção de uma qualidade de vida adequada: “É importante encontrar um equilíbrio entre economizar e manter o bem-estar pessoal e familiar. Para o orçamento financeiro familiar fechar no azul, o consumidor precisa gastar, no máximo, 20% da sua renda com alimentação, mas com esse salto as margens ficam mais apertadas para os brasileiros”, afirma.
Com a alta dos alimentos, a educadora financeira elenca quatro dicas práticas para economizar na hora das compras nos supermercados. Veja abaixo:
- Confira as ofertas entre os supermercados: “Os supermercados sempre realizam promoções do dia ou da semana, a fim de atrair uma maior movimentação em dias de baixo fluxo. Nesse caso, antes de realizar a sua compra da semana ou do mês, verifique se aquela é a melhor data para comprar tal insumo. Por exemplo, em alguns supermercados, terça-feira costuma ser o dia de oferta no setor de hortifruti, enquanto nas quintas a peixaria é o setor que está em oferta”, comenta Aline Soaper.
- Pesquisa de Preços: “Compare os preços de redes concorrentes antes de ir às compras. E caso seja necessário, compre itens de setores específicos em redes distintas. O objetivo dessa estratégia é aproveitar o que cada supermercado tem de melhor a oferecer quando o assunto é preço. Acompanhar encartes físicos e digitais também são fundamentais, até porque, em algumas lojas, é possível pedir a equiparação de preços, evitando assim um custo adicional de passagem de transporte público ou gasolina para ir a dois ou três mercados no mês”, explica a educadora financeira.
- Adaptar os gastos à realidade da família: “Todas as famílias querem uma mesa farta, mas é preciso adaptar o orçamento à realidade atual, utilizando técnicas que vão evitar o endividamento e o desperdício. Em especial evitando o uso do cartão de crédito ou do parcelamento para compras no supermercado, que é considerado um custo fixo mensal e que não deve ser prorrogado. também esteja atento a lista que foi feita em casa. No mercado sempre dá vontade de adicionar mais alguns itens, mas se o objetivo é economizar, fuja dos extras e foque no essencial”, explica Aline Soaper.
- Substituição de Produtos: “Trocar produtos que aumentaram muito de preço por itens com valor menor é uma ótima alternativa para economizar nos gastos da família. Além disso, dê preferência às marcas que oferecem melhor custo x benefício, seja ela uma marca branca ou uma embalagem que oferece uma quantidade maior de litros os kg por preço. Isso vale para itens básicos como proteínas, por exemplo. Trocar a carne bovina por outra mais em conta. Tentar adaptar cardápios com itens mais baratos. No caso de frutas e verduras, muitas feiras têm a hora da “xepa”, onde dá sim para encontrar itens bons para o consumo, por pequenos preços”, finaliza a educadora financeira.
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